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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Modo de Vida | A arte de comprar e ter menos - Parte 2: Destralhanço

Trago-vos a parte 2 da saga «Modo de Vida», dedicada ao tema do destralhanço. Não será possível abraçar este novo modo de vida se continuarmos rodeados de tralha.

Passo 1 - Perceber a grandeza do problema: quanta tralha realmente tem?
É normal pensar que não temos assim tanta tralha. A primeira coisa a fazer é vasculhar a casa e perceber exatamente tudo o que têm. Não é uma tarefa para fazer numa manhã, vamos com calma.




Passo 1.1. - Identificar a área mais problemática e começar por aí
Comecem por uma área em específico. Se acham que têm demasiados DVDs, comecem por aí. Se  o problema é a roupa, ataquem nessa área. Identificada a área, façam um plano: organizar tudo o que têm, mesmo que isso demore vários dias, e perguntem-se quantas vezes costumam utilizar cada coisa e porque continuam a tê-lo em vossa casa.

Passo 1.2. - Assumir o que vos impede de avançar
Há vários motivos: o valor sentimental, o um dia vai dar jeito (deu nos 5 anos que esteve na gaveta?), sentir que abandonar uma coisa cara é perder esse dinheiro, entre outros. O dinheiro que gastaram, está gasto, guardar coisas não o recupera. Afinal, o valor só compensa se usarmos as coisas.

Passo 2 - Separar as coisas das quais precisamos de nos livrar
Agora que sabem o que têm e o que já não precisam, há que separar o que fica do que tem de ir. Se Separem em categorias: coisas com valor sentimental que querem mesmo guardar, coisas caras que vale a pena vender ou dar, coisas menos caras que vale a pena dar ou deitar fora, etc.

Passo 3 - Destralhanço: dar coisas e vender coisas
Passo 3.1. - Dar coisas
Dar coisas é fácil, e podem fazê-lo a pessoas vossas conhecidas que gostassem de algumas das coisas que selecionaram. Ou podem optar por outras formas:

Dress for Success - Organização que apoia mulheres na sua empregabilidade, podem ajudar doando roupa profissional em bom estado que possa ser utilizada em entrevistas de emprego

Paróquias - É um local habitual para fazer doações, podem aproveitar campanhas específicas como as do Natal, em que toda a ajuda é bem-vinda

Banco de Bens Doados - Organização que recolhe bens doados quer de empresas quer de particulares, onde podem doar vários tipos de artigos e acompanhar notícias sobre campanhas

Para além destes existem os clássicos, como os contentores de roupa que existem espalhados pelas ruas, as associações locais, as associações dedicadas a animais, entre outras. O importante é: aquilo que temos numa gaveta só porque sim, pode fazer alguém feliz!


Passo 3.2. - Vender Coisas
Dá trabalho mas compensa para artigos que possam dar retorno financeiro. É algo que aconselho para que se perceba o esforço envolvido. Demora tempo, dá trabalho, nem sempre corre como esperamos, contudo: o que compensa mais, vender algo que não vamos usar e custou 50€ por 25€, ou ter uma tralha de 50€ a apanhar pó em casa?



Onde vender e como vender? Eu opto pelo OLX e pelas feiras de artigos em segunda-mão. Posso assegurar que já dei/vendi mais de 2 terços da tralha que tinha e tenho muito menos coisas hoje em dia. Não significa que não compre nada, que não tenha deslizes, mas estou muito mais leve.

A lição de vida é que ter menos cosias torna a nossa vida mais fácil. Liberta-nos do caos. Aquela frase típica do «Tanta roupa e nada para vestir» é real. Quando temos pouca roupa, demoramos menos tempo de manhã a escolher o que vestir, é menos esforço e menos roupa para lavar e mais dinheiro para gastar em coisas mais úteis. O mesmo com o resto das coisas na nossa vida!

Estão comigo? No próximo artigo partilho dicas sobre vendas no OLX e feiras às quais compensa ir.





domingo, 20 de março de 2016

Modo de Vida | A arte de comprar e ter menos

Vivemos num mundo capitalista que nos desafia todos os dias a comprar coisas. Há chamamentos em todo o lado, seja num anúncio na rádio a caminho do trabalho, na rua num outdoor ou até nos transportes públicos.

Desde há 2 anos que decidi mudar os meus hábitos de consumo e comprar menos coisas. No meu caso, o problema estava na roupa, acessórios e produtos de beleza. Para vos ajudar no caminho de aprender a resistir aos impulsos consumistas e viver com menos, partilho convosco algumas dicas:


1. Identificar a fonte do problema
Seja qual forma a origem do problema, o resultado é o mesmo: comprar coisas a mais, das quais não necessitamos. As origens podem ser várias: dificuldade em resistir aos saldos, sentir prazer em comprar, ir às compras como hobbie ou para compensar dias maus, colecionar artigos específicos... e a lista poderia continuar interminavelmente. O primeiro passo é perceberem exatamente o que vos leva a sentir que compram coisas de que não necessitam. E, para chegar lá, podem fazer um exercício simples: analisem tudo o que compraram nos últimos três meses, o que motivou cada compra e quantas vezes utilizaram o que compraram. Podem ficar surpreendidas...

Se o problema foram os sapatos de 90€ que comprámos o mês passado? Pode ter sido. Mas será que analisámos também as outras compras? Os 3 batons da Kiko a 3€ cada, as blusas em saldo a 7€, as botas a 9€ na Primark que não podíamos deixar escapar? Em «pequenas» compras, secalhar foram mais que os 90€ dos sapatos, por isso há que analisar todas as compras.


2. Analisar os vossos hábitos de compra
Pode parecer uma repetição do ponto acima, mas não é. O anterior permite-vos concluir no que gastam o vosso dinheiro, mas aqui devem também perceber qual é o vosso estilo de comprador. Há quem estoire o salário no final do mês, há quem sinta que poupa imenso a comprar a 2€ e no final do mês gastou 200€, há quem não consiga resistir aos novos gadgets do mercado e fosse capaz de vender um rim por eles, enfim, estilos há muitos. O que importa é identificarem o vosso para saberem como viver com ele. 


3. Pensar antes de cada compra
Antes de qualquer compra, devemos questionar-nos várias coisas:
a) porque preciso disto? 
b) tenho algo parecido ou que tenha a mesma utilidade?
c) se o comprar, quantas vezes vou usar?
d) porque me apetece comprar isto?
e) se eu não comprar isto, qual é o impacto?

Podem parecer várias questões, mas na prática, só chegaremos às últimas questões se nas primeiras tivermos respostas suficientemente boas que justifiquem a compra. A mais importante talvez seja a última, ou seja, é um «voltar à terra». Porque na maior parte dos casos, conseguimos viver sem comprar determinada coisa. O truque é imaginar: se eu não comprar isto, o que vai acontecer? Vou voltar a sentir a necessidade de ter esta coisa? Ou vou perceber que consigo viver sem ela?


4. Resolver os problemas já instalados
Se perceberam que têm coisas a mais em casa, então devem livrar-se daquelas que já não usam. Vão sentir-se mais leves e vai motivar-vos para seguirem o vosso caminho. Por outro lado, vão aperceber-se de tudo o que têm. Mesmo tuuuuudo. Quando se livrarem da tralha e comprarem alguma coisa, vão chegar a casa e pensar: mais uma coisa para ocupar espaço na minha casa. E aí pode soar a campainha: será que precisam mesmo dela?

Quanto ao que podem fazer para se livrar da tralha, vou deixar estes pontos para futuros posts:
- Doar aquilo que já não usam
- Vender aquilo que já não usam (OLX, Feiras, etc.)
- Mandar fora aquilo que já não usam (a arte de letting go)

E porque eu própria estou a seguir este caminho, vou fazer uma seleção de algumas coisas novas que tenho e sorteá-las aqui no blog. Porque aquilo que eu tenho a mais, pode ser útil para alguém!